O EPOC é um termo em inglês que
significa “Excess post-exercise oxygen consumption”, ou seja, consumo de
oxigênio pós-exercício, o que por sua vez levará ao maior consumo de calorias,
acelerando o metabolismo no pós treino. São vários os estudos que concluíram
que o os treinos (HIIT) fazem aumentar o (EPOC). O corpo humano, quando em
trabalho físico intenso, gera determinados “desgastes” musculares, metabólicos,
hormonais e bioenergéticos. Tais “desgastes” são produzidos pelo catabolismo
corporal (parte do metabolismo que se refere à degradação da matéria orgânica
para fins de obtenção de energia) que ocorre durante a sessão de treinamento. No
pós esforço físico uma taxa maior de energia que o normal é necessária para recuperação
dos “desgastes” produzidos durante o treinamento. Como o metabolismo
preponderante no pós treino é o aeróbio (uso prioritário do oxigênio como
combustível), é identificado um consumo maior de oxigênio que o esperado para o
repouso – por isso a sigla EPOC.
O processo de EPOC, conforme o
nome sugere, é a queima energética mesmo após o término do exercício. Quando
você eleva o metabolismo em uma atividade física que exige o máximo de esforço
do seu corpo, este efeito é acionado e o organismo mantém-se queimando calorias
em uma velocidade mais alta que a normal mesmo após o término do exercício. E
quando praticamos exercícios aeróbicos, por exemplo uma caminhada de uma hora,
o corpo se aquece e se mantém queimando calorias por até 12 horas após o
término do exercício. Porém, em exercícios de alta intensidade, o organismo
poderá manter-se neste estado por até 48 horas. Tal efeito acontece porque o
corpo, mesmo que se exercitando por pouco tempo, foi exigido em sua potência
máxima. Claro que este resultado só aparecerá se o exercício for focado neste
propósito, a execução for correta e a alimentação pós treino não interferir
negativamente nos níveis de insulina na corrente sanguínea, que estão
diretamente ligados a utilização ou não da gordura como fonte de energia. No
caso da musculação, o EPOC pode ter duração de 12 a 24 horas.
Em qualquer atividade, os efeitos
do EPOC aumentam sua duração depois de um tempo de prática. Isso significa que,
depois de alguns meses treinando, a queima calórica após o término do exercício
será cada vez maior. No caso do HIIT, segundo a American College of Sports
Medicine (ACSM), o EPOC geralmente tende a ser levemente melhor, acrescentando
entre 6% e 15% mais calorias ao gasto total de energia. Mas, seria apenas isso
tão significativo a ponto de tornar o HIIT um exercício tão poderoso para o
emagrecimento? Entendemos que não. Citamos acima o caráter quantitativo do
EPOC, ou seja, qual a porcentagem adicional de calorias que será gasta no pós
treino ao realizarmos um treino HIIT. Entretanto faz-se necessário analisar
igualmente os aspectos qualitativos deste EPOC, ou seja, qual substrato será
utilizado como fonte de energia neste período pós-treino.
Estudos demonstram que após um
treino HIIT ocorre uma diminuição no quociente respiratório do praticante por
algumas horas, o que indica que há uma maior utilização de gordura como
substrato. Este é o segundo motivo pelo qual o HIIT produz efeitos tão positivos
sobre o perfil lipídico, ou seja, sobre sua gordura corporal. Osterberg e Melby
concluíram em um estudo publicado em 2000 que a utilização de gordura como
principal substrato aumentou em aproximadamente 62%, em até 15 horas após a
prática dos exercícios (Osterberg KL, Melby CL. 2000). Em outro estudo
publicado em 2002, pesquisadores concluíram que o quociente respiratório se
manteve mais baixo que os valores pré-exercício por 43 horas após a prática dos
exercícios, indicando com isso uma maior utilização de gordura. Por fim, outro
estudo concluiu que o gasto energético não foi significativo em 24 horas pós
exercício, porém a utilização de gordura aumentou 92,8% enquanto a utilização
de carboidrato diminuiu 37% (Treuth et al. 1995)
Nenhum comentário:
Postar um comentário